Ao assistir a emocionante entrevista de Selton Mello no Fantástico, onde celebrava sua carreira por meio de um novo livro e compartilhava suas reflexões sobre "salvar suas memórias", uma profunda onda de reflexão se instaurou. A conexão intrínseca entre nossa relação com o corpo, autoimagem, fotografia e o impacto psicológico e social ecoou em suas palavras, revelando uma teia complexa que todos nós tecemos ao longo de nossas vidas.
Convido, ela que posso chamar de amiga, Pâmela Lage, psicóloga bariátrica, que tive a satisfação de registrar seu casamento com Marco em julho de 2023, para dar sua perspectiva sobre a entrevista da Selton Mello, transmitido dia 26/11/2023.
Em um mundo saturado de estímulos visuais, as fotografias são testemunhas das nossas vidas, capturando momentos que nos moldam e transformam. São fragmentos congelados no tempo que, como Selton, buscamos preservar. Cada imagem conta uma história única, uma narrativa visual que transcende palavras.
A pressão social muitas vezes dita normas irreais que impactam nossa relação com o corpo e a autoimagem. Ouvir Selton falar sobre suas memórias visuais é um lembrete poderoso de que cada imagem reflete não apenas nossa aparência exterior, mas também nossas batalhas internas e triunfos pessoais. Celebrar a jornada do nosso corpo é uma forma de resistência contra os padrões inatingíveis que a sociedade impõe.
O reconhecimento do impacto psicológico e social das memórias é crucial. Assim como Selton enfrenta o desafio do Alzheimer na família, somos instados a considerar a fragilidade das nossas próprias memórias. A consciência de que estamos constantemente salvando e reconstruindo nossas experiências destaca a importância de valorizar cada momento.
Ao falar sobre "salvar suas memórias", Selton Mello nos convida a um ato de resistência, um compromisso em preservar quem somos. Em um mundo onde a velocidade do cotidiano muitas vezes nos faz esquecer, resgatar nossas memórias é um ato revolucionário. Cada foto, um pequeno triunfo contra o esquecimento.
Ao nos inspirarmos na jornada de Selton Mello, somos lembrados de que cada um de nós está escrevendo uma história única. Celebrar nossas memórias, abraçar nossa jornada corporal e compartilhar nossas experiências são maneiras de preservar a beleza efêmera da vida.
Em um mundo que muitas vezes nos insta a seguir em frente, Selton nos recorda da importância de olhar para trás e apreciar o que já vivemos. Ao salvaguardar nossas memórias, salvamos pedaços preciosos de quem somos.
Reflexões Inspiradas na Jornada de Selton Mello.
Ao longo da minha jornada, tenho aprendido a apreciar o corpo como mais do que uma simples morada para a minha existência; ele é uma expressão única da minha história, das minhas experiências e do meu ser. Em um mundo repleto de padrões e expectativas, a construção da minha autoimagem tornou-se uma busca constante pela aceitação e celebração da singularidade que meu corpo representa.
A relação com minha autoimagem é uma dança constante, uma coreografia fluida entre momentos de aceitação e desafios. As fotografias, como testemunhas silenciosas dessa jornada, têm sido uma ferramenta de reflexão, permitindo-me observar não apenas as mudanças físicas, mas também o crescimento emocional que acompanha cada fase da vida.
Cada fotografia é mais do que uma imagem; é um reflexo da minha evolução. Das fotos que capturam a euforia de conquistas às que registram as cicatrizes visíveis e invisíveis, essas imagens têm impacto profundo no meu entendimento do eu. Elas revelam não apenas a aparência exterior, mas também os estados de espírito, as batalhas internas e os triunfos pessoais.
As fotografias desempenham um papel crucial no meu estado emocional e na forma como me vejo. A pressão social muitas vezes tenta ditar o valor do meu corpo, mas essas imagens têm sido ferramentas de resistência, desafiando ideais preconcebidos e abrindo espaço para a autenticidade. A consciência do impacto psicológico e social dessas imagens me incentiva a usar minha voz para promover a diversidade e a aceitação.
Aceitar meu corpo não é uma jornada linear, mas sim um processo de descoberta contínua. Ao compartilhar minhas experiências, pretendo não apenas encorajar a autenticidade, mas também criar um diálogo aberto sobre a importância de desafiar normas prejudiciais.
Hoje, cada foto é um ato de celebração da singularidade do meu corpo. Elas são lembretes visuais de que a beleza não reside em conformidade, mas sim na autenticidade e na aceitação. Que cada clique conte uma história de amor-próprio e resiliência.
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Emocionante seu testemunho, Pâmela, agradeço muitíssimo sua contribuição.